Saúde da mulher: desafios e avanços na prevenção e tratamento de doenças ginecológicas

A saúde da mulher é uma questão importante na medicina, especialmente quando se trata da prevenção e tratamento de doenças ginecológicas. Infelizmente, muitas mulheres ainda enfrentam desafios quando se trata de cuidados de saúde adequados. Felizmente, nos últimos anos houve avanços significativos na área da saúde da mulher, incluindo o desenvolvimento de novos métodos de prevenção e tratamento de doenças ginecológicas [1].

Doenças ginecológicas incluem uma ampla variedade de condições, desde infecções vaginais e distúrbios menstruais até câncer de mama e ovário. Embora essas doenças possam afetar qualquer mulher em qualquer idade, muitas vezes elas são mais prevalentes em mulheres que têm histórico familiar de doenças ginecológicas, fumantes, obesas ou que não seguem hábitos saudáveis de vida [1]. 

Dados sobre doenças ginecológicas

Uma das principais doenças ginecológicas que afetam as mulheres é o câncer de colo do útero. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa é a quarta causa mais comum de morte por câncer em mulheres em todo o mundo. Em 2020, foram registrados mais de 600.000 casos novos e 342.000 mortes por câncer de colo do útero em todo o mundo. No entanto, esse tipo de câncer é altamente prevenível e tratável, e a vacinação contra o HPV (vírus do papiloma humano) é uma estratégia fundamental para a prevenção desse tipo de câncer [2].

Outra doença ginecológica comum é a endometriose, que afeta cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo, de acordo com a Federação Internacional de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO). A endometriose ocorre quando o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora dele, causando dor, infertilidade e outros problemas de saúde. Ainda não existe uma cura para a endometriose, mas há várias opções de tratamento disponíveis, como medicamentos e cirurgia [3].

Além do câncer de colo do útero e da endometriose, há outras doenças ginecológicas que afetam as mulheres em todo o mundo. A vaginose bacteriana, por exemplo, é uma infecção vaginal comum que afeta milhões de mulheres a cada ano. Embora a vaginose bacteriana não seja uma doença grave, ela pode causar desconforto e odor vaginal desagradável, o que pode afetar a qualidade de vida das mulheres [4].

Prevenção

A prevenção é fundamental para a saúde da mulher e deve ser incentivada em todas as idades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as mulheres recebam exames regulares de saúde ginecológica, incluindo exames de Papanicolau para detectar células anormais no colo do útero, exames de mama para detectar qualquer massa ou nódulo, e exames de sangue para detectar possíveis desequilíbrios hormonais [5].

Além disso, as mulheres devem ser incentivadas a adotar hábitos saudáveis de vida, como ter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e evitar o uso de tabaco e álcool. Essas medidas podem reduzir significativamente o risco de doenças ginecológicas, bem como de outras doenças crônicas [5].

Avanços na área da saúde da mulher

Um dos avanços mais significativos na área da saúde da mulher é o desenvolvimento de novas opções contraceptivas. Embora a pílula contraceptiva ainda seja uma opção popular, muitas mulheres estão procurando métodos mais seguros e eficazes para prevenir a gravidez. Os dispositivos intrauterinos (DIUs), por exemplo, são uma opção segura e altamente eficaz de contracepção. Eles são inseridos no útero e podem permanecer no lugar por vários anos. Além disso, há opções de contraceptivos hormonais que podem ser administrados por meio de injeções ou implantes [6].

Outro avanço importante na área da saúde da mulher é o tratamento do câncer de mama. O câncer de mama é uma das formas mais comuns de câncer em mulheres e pode ser tratado com sucesso se for detectado precocemente. Os exames de mamografia são uma ferramenta importante para a detecção precoce do câncer de mama, mas muitas mulheres ainda têm medo de realizar esses exames. Felizmente, há opções menos invasivas, como a tomossíntese de mama, que pode ser uma alternativa para mulheres que têm dificuldade em realizar exames de mamografia convencionais [7].

Outro avanço recente na área da saúde da mulher é a terapia hormonal para mulheres na menopausa. A terapia hormonal pode ajudar a aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor e secura vaginal, mas também pode aumentar o risco de câncer de mama e doenças cardiovasculares em algumas mulheres. Por isso, é importante que as mulheres discutam as opções de tratamento com seus médicos e avaliem cuidadosamente os riscos e benefícios antes de iniciar a terapia hormonal [8].

Além disso, os avanços tecnológicos também estão contribuindo para melhorias na área da saúde da mulher. A telemedicina, por exemplo, pode ser uma opção conveniente e acessível para mulheres que moram em áreas remotas ou têm dificuldade em se deslocar para consultas médicas. Isso permite que as mulheres tenham acesso a cuidados de saúde ginecológica de qualidade, independentemente de onde moram [6].

No entanto, ainda há desafios a serem superados na área da saúde da mulher. Por exemplo, o acesso a cuidados de saúde ginecológica ainda é limitado em muitas partes do mundo. Muitas mulheres enfrentam barreiras financeiras, culturais e sociais que impedem o acesso a serviços de saúde ginecológica adequados. Isso inclui a falta de informação sobre saúde reprodutiva e os riscos associados a práticas como a mutilação genital feminina e o casamento infantil. Além disso, ainda há muito a ser feito no que diz respeito à conscientização e educação sobre a saúde da mulher. Muitas mulheres ainda têm medo ou vergonha de discutir questões de saúde ginecológica com seus médicos ou familiares, o que pode levar a diagnósticos tardios e complicações [1,6,9].

Referências:

1 - World Health Organization. Women's health. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/women-s-health

2 – World Health Organization. (2021). Cervical cancer. https://www.who.int/health-topics/cervical-cancer#tab=tab_1

3 - FIGO. (n.d.). Endometriosis. https://www.figo.org/sites/default/files/2020-07/Endometriosis%20Slides%202016%20-%20Rep%20Med.pdf

4 – American College of Obstetricians and Gynecologists. (2018). Vaginitis. https://www.acog.org/education-and-events/creog/curriculum-resources/cases-in-high-value-care/vaginitis

5 - Centers for Disease Control and Prevention. Women's Health. Disponível em: https://www.cdc.gov/women/index.htm

6 - ONU Mulheres. (2021). Saúde. https://www.onumulheres.org.br/

7 - National Cancer Institute. Breast Cancer Screening (PDQ®)–Patient Version. Disponível em: https://www.cancer.gov/types/breast/patient/breast-screening-pdq

8 - National Institutes of Health. Menopause. Disponível em: https://www.nia.nih.gov/health/topics/menopause

9 - World Health Organization. Female Genital Mutilation. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/female-genital-mutilation